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OPINIÃO: Voltar no tempo

Final de semana passada, li um artigo em uma revista que gosto desde o tempo em que entrei na faculdade, pois ela tem o poder de aguçar minha curiosidade, ou por suas chamadas de capas bem elaboradas ou por suas matérias de impacto. Não raras vezes, as capas e os títulos são bem mais interessantes do que o artigo em si, mas é um passatempo que gosto, pois me faz pensar em outras coisas, mais leves, que não apenas nos assuntos dos noticiários, que ultimamente não são os melhores de escutar e assistir.

O título: "Elétrons podem voltar no tempo, diz estudo". A reportagem conta que cientistas dos EUA, da Rússia e da Suíça, fazendo experiências com um computador quântico, descobriram que um elétron é capaz de retornar naturalmente à posição em que estava frações de segundos atrás. O artigo traz uma explicação do que foi constatado para que os cientistas fizessem a afirmação de que é possível um elétron voltar no tempo. Tudo se passa dentro do universo da física quântica, que não é de fácil compreensão, além de ser bastante polêmico. O artigo usa, para explicar a teoria, o exemplo do jogo de sinuca. Cita a teoria de Albert Einstein que provou que o espaço e o tempo formam um único tecido inseparável, o que fez com que a visão que tínhamos sobre o tempo nunca mais fosse a mesma, bem como, de que para as leis da física, não há diferença entre passado e futuro.

Mas o artigo é encerrado com a seguinte pergunta: será que estamos um passo mais perto da máquina do tempo?

A pergunta me fez lembrar meu pai que adorava modernidades e que sempre dizia que o mundo tinha evoluído muito em tão pouco tempo, que muitas mudanças ainda estavam por vir e que não era impossível que, um dia, fosse criada uma máquina para viajar no tempo, desde que conseguíssemos viajar mais rápido do que a velocidade da luz. Quando pequeno, ele tinha apenas um rádio, que mal funcionava. Quando surgiu o computador portátil, foi um dos primeiros a adquirir e, um pouco antes de morrer, seus companheiros diários, além do rádio, que ele jamais perdeu o hábito de escutar, tinha um notebook, que considerava uma das coisas mais importantes criadas nos últimos anos, pois ele ficava sabendo, em questões de minutos, o que estava acontecendo no outro lado do mundo, além de fazer compras sem precisar sair de casa. Quem, na década de 1930, imaginaria essa possibilidade?

Imaginemos que hoje existisse a máquina do tempo e lhe fosse oportunizada uma única viagem, você iria para o passado ou para o futuro?

Eu, sem a menor dúvida, jamais iria para o futuro, gosto de sonhar e ter a esperança de ser a única dona do meu destino, mesmo sabendo que as coisas não são bem assim. Eu voltaria para o passado, jamais com a intenção de mudar alguma coisa que alterasse a minha vida atual, mesmo àquelas situações tristes, pois acho que a vida deve seguir seu rumo natural. Mas gostaria de voltar e reviver alguns momentos do passado, com o conhecimento que tenho hoje, me permitindo aproveitar mais intensamente momentos tão significativos que deixei passar sem dar a importância devida e, principalmente, para rever algumas pessoas que já partiram e de quem tenho saudades

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